Categoria: Gestão

21 de março de 2015

Exportação Indumak

 

21 de março de 2015 as 15:15h por Daniel Filho

 

Jaraguá do Sul, assim como Santa Catarina em geral, viu as exportações caírem no primeiro bimestre deste ano. As empresas jaraguaenses que mais venderam para o exterior, contudo, estimam crescimento em 2015. A alta no dólar pode facilitar essa expectativa. A moeda está sendo fechada próximo dos R$ 3,30 nas últimas cotações. Enquanto os principais compradores dos produtos catarinenses reduziram seus pedidos nos dois primeiros meses do ano, os vendedores externos colocam meta de crescimento e abertura de fábricas além das fronteiras. A diversidade dos produtos, em todo esse contexto, se faz necessária e as empresas já sabem em quais países devem concentrar as vendas.

Em janeiro e fevereiro, as exportações catarinenses caíram 11,83% em relação ao mesmo período do ano passado. O líder frango teve queda de 12,6% nos embarques, enquanto os motores e geradores elétricos caíram 25,2%. Os motocompressores sofreram diminuição de 36,9% nas vendas. Grandes compradores como China, Estados Unidos, Argentina e Alemanha reduziram o pedido desses produtos e afetaram os índices.

No mesmo período, Jaraguá do Sul diminui 18,5% suas exportações, passando de R$ 106,3 milhões no primeiro bimestre de 2014 para R$ 86,6 milhões nos dois primeiros meses deste ano. Isso porque houve redução de 24% na venda externa de motores e geradores elétricos produzidos na cidade. Mesmo assim, esses produtos foram responsáveis pela participação de 73% da exportação jaraguaense no período.

Segundo o economista José Osvaldo Coninck, a estimativa do mercado é que o ano encerre com o dólar custando R$ 3,40. “Espera-se que isso incentive a exportação. As grandes empresas podem ter dificuldades em alguns países com algum produto, mas elas mantêm a cultura exportadora e continuarão lucrando”, avalia. Para ele, aproveitar a alta do dólar para entrar no mercado externo pode ser um risco. “Lá é briga de cachorro grande. O mercado externo hoje é compostos de empresas que têm a cultura exportadora e mantêm essa vocação”, diz.

 Diversificar é garantir a segurança econômica

O consultor da Fiesc Mauro de Souza observa que os principais mercados compradores de Santa Catarina correm risco em sua economia. “E outros mercados estão abrindo e tendo dinamismo, como no Oriente Médio e na América Latina. É preciso aproveitar essas novas oportunidades”, diz.

Souza alerta que a concentração da pauta de exportação de um Estado ou região em um produto, apesar de positivo para aquele setor, representa riscos. “A diversificação da pauta traz estabilidade na economia, pois se o mercado está indo mal a indústria não fica tão dependente de um produto ou de um país comprador”, afirma.

Diversificar também é necessário quando se trata das regiões do Estado que exportam. O Vale do Itapocu tem uma participação de 7,1% nas exportações e de 2,7% nas importações de Santa Catarina. A região Norte e Nordeste tem um índice de 22%. “Quando a participação é alta é bom para a região, mas é prejudicial para o Estado, porque concentra demais e outras regiões ficam com baixa participação. A estratégia deve ser diversificar os produtos e distribuir mais a participação em Santa Catarina”, observa Souza.

Na lista do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, 66 empresas de Jaraguá do Sul registraram embarques a países estrangeiros no ano passado. Além de motores e geradores elétricos e transformadores, empresas que produzem alimentos, equipamentos de jardinagem, materiais para movimentação e embalagem de carga, betoneiras, elásticos, entre outros, fazem parte da pauta que leva o que é produzido no município aos demais lugares do planeta.

Exportações: Jaraguá do Sul*

2014: US$ 793,5 milhões*  (queda de 1,08% em relação a 2013)

*Número correspondente a todo o ano de 2014

Janeiro/Fevereiro de 2015: US$ 86,6 milhões (queda de 18,5% em relação ao mesmo período de 2014)

*Fonte: Secretaria de Comércio Exterior do governo federal

–  Na lista do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, 66 empresas de Jaraguá do Sul registraram embarques a países estrangeiros no ano passado.

As empresas de Jaraguá do Sul que mais exportaram em 2014*

*Fonte: Secretaria de Comércio Exterior do governo federal

1 – WEG

A WEG é a grande líder nas exportações jaraguaenses. De toda a pauta do município, motores e geradores elétricos foram responsáveis por 75,6% dos embarques em 2014. Os principais mercados de destino são Estados Unidos, Alemanha e Argentina. No ano passado, a empresa aumentou sua Receita Operacional Líquida em 15%, alcançando R$ 7,8 bilhões. Do total, 50% das vendas da WEG são voltadas ao mercado externo. Em Santa Catarina, é a terceira empresa que mais faturou com exportações em 2014, atrás da BRF e da Bunge.

2 – Duas Rodas

A Duas Rodas foi a segunda empresa jaraguaense que mais exportou no ano passado. A empresa produz aromas, sorvetes, condimentos e aditivos e chocolates.

 

3 – Trapp

A Trapp está em terceiro lugar no ranking das jaraguaenses exportadoras. Os carros-chefes são os cortadores e os aparadores de grama elétricos. Países da América do Sul, sobretudo o Paraguai, são os maiores parceiros – sendo responsáveis por 35% a 40% das compras. Em seguida, são os países da América Central, com 20%, e países da África, com 25%. Em 2014, a empresa registrou aumento de 10% no faturamento das exportações, sendo que as vendas externas correspondem de 10 a 15% do total do faturamento. A expectativa é que em 2015 o aumento seja de 30% nas vendas para fora do país. “Procuramos crescer com trabalho, visitas e comprometimento com a qualidade, depois vem o preço”, diz o gerente de exportação, Marco Boehringer.

 

4 – Indumak

A Indumak tem registro de exportações desde os anos 1970. A empacotadeira e a enfardadeira são os produtos mais vendidos pela empresa no exterior. A América Latina tem sido o principal mercado, que se expande também para os Estados Unidos e Ásia. A expectativa da jaraguaense é aumentar neste ano a venda de máquinas em 30%, fazendo com que o crescimento de exportação seja de 25%. Consolidar o mercado na Colômbia é o principal foco, já que as vendas para a Venezuela encerraram em 2013 por causa de embargos do país. “Tailândia e Estados Unidos são países a desenvolver as vendas. Estamos trabalhando com uma estrutura para atender a essas exportações e processar a internacionalização da empresa”, espera o diretor presidente, Gelson Schmidt.

5 – Menegotti

Na Menegotti, 10% das vendas totais são para o mercado externo. No ano passado, as exportações aumentaram 13% e a meta é que em 2015 o índice seja de 10%. A betoneira comanda as vendas. Países da América do Sul, principalmente Chile e Peru, fazem a metade das compras internacionais. O sul do continente africano é responsável por 25% do faturamento de exportação.  Ampliar o mercado na América do Sul é foco da empresa. E, segundo o gerente de exportação, Thiago Sandrini Leite, a Menegotti estuda instalar uma fábrica fora do Brasil, para facilitar as vendas externas. “Este ano será de estudos da economia de cada país para tomar essa decisão”, diz Leite.

O Correio do Povo
http://ocponline.com.br/noticias/exportacao-vendas-ao-mercado-externo-buscam-diversificacao/

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