Categoria: Empacotamento
Como as embalagens acessíveis impactam a experiência de pessoas com deficiência (PcDs)
De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pelo menos, 45 milhões de brasileiros têm algum tipo de deficiência, cerca de 24% da população do país.
Isso significa que milhões de pessoas sentem dificuldade no momento de ir às compras e acabam dependentes de auxílio para manusear ou identificar as informações de um produto que desejam adquirir.
O problema se estende também para o momento pós-compra, quando a dificuldade é para utilizar o produto em casa sem grandes esforços, sem depender de alguém, sem cometer enganos ou correr riscos.
Em busca de uma sociedade mais inclusiva, muitas empresas têm se mobilizado para reduzir as barreiras que impedem uma pessoa com deficiência (PcD) de viver com mais autonomia desenvolvendo embalagens acessíveis, em que a usabilidade por consumidores com diferentes graus de mobilidade ou capacidade visual é pré-requisito para o design.
Nesse sentido, projetar embalagens que sejam mais fáceis de ler, abrir e usar para PcDs melhora não somente a experiência desse nicho, mas de todos os clientes – continue lendo e entenda o porquê.
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O que são embalagens acessíveis?
A embalagem acessível é aquela que é fácil de abrir e usar para todos, incluindo quem tem habilidades funcionais e visão limitadas, o que significa que todos os rótulos devem ser facilmente lidos.
As embalagens que podem ser consideradas acessíveis incorporam um design com a proposta de ser inclusivo, ou seja, essas embalagens podem ser usadas pela maioria das pessoas mesmo que haja algum grau de deficiência.
O efeito adicional de tornar a embalagem mais fácil para pessoas com deficiência é que todos se beneficiam.
Afinal, mesmo que uma pessoa não tenha nenhum tipo de dificuldade hoje, ela poderá apresentar restrições visuais ou motoras quando chegar à velhice, por exemplo, ou ser vítima de algum incidente ou doença que aumente as suas limitações.
Crianças e pessoas canhotas também merecem ser lembradas na hora de definir as características da embalagem dos seus produtos.
Mas como tornar a embalagem do produto mais acessível?
Invista principalmente na legibilidade das informações do seu produto. As letras devem ser grandes e nítidas para que o consumidor não cometa enganos.
Você também precisa se preocupar em deixar claro as diferenças entre seus produtos – por exemplo, se você produz macarrão com e sem glúten, deixe essa diferenciação em destaque.
Cores contrastes são outra boa indicação, bem como embalagens minimalistas. Evite fazer do invólucro do seu produto um carnaval de informações.
Embalagens e rótulos que incluem elementos como braile são interessantes, mas não devem ser o único recurso – institutos de pesquisas especializados no tema estimam que apenas 10% dos cegos conseguem ler em braile.
Outras maneiras que as marcas podem utilizar são as gravações em relevo e outros processos de formação para criar símbolos padronizados realçados em suas embalagens.
Os QR Codes podem ser colocados em relevo para serem identificados e escaneados, levando a mensagens em áudio explicando a descrição do produto, os seus ingredientes e as instruções de uso – tudo aquilo que os consumidores sem deficiência já tem acesso normalmente.
A usabilidade deve estar em foco no momento de escolher o tipo de embalagens. Elas devem ser fáceis de abrir e fechar (caso o produto possa ser armazenado), evitando que o consumidor precise manusear facas, tesouras ou até mesmo os dentes para acessar o produto.
Você já conhece as embalagens stand-up pouch? Elas são referência de embalagens acessíveis.
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Cases inspiradores de marcas com embalagens acessíveis para deficientes visuais
A Aché Laboratórios foi a pioneira, no Brasil, a adotar o braile em todas as suas embalagens de medicamentos. Por conta do espaço, a marca optou por informar apenas o nome do produto e seu princípio ativo.
Porém, a busca por mais acessibilidade foi além. A Aché também disponibilizou a bula dos seus remédios em áudio, uma iniciativa para atender clientes idosos, analfabetos ou com perda de visão. A bula nesse formato pode ser solicitada nas farmácias ou acessada pela internet.
Outro caso exemplar é o da Kellogg’s, famosa pelos cereais matinais. A marca testou o uso de QR Code na embalagem do Coco Pops, um de seus produtos. O código leva à leitura, em voz alta, da lista de alergênicos e ingredientes do alimento.
O diferencial dessa iniciativa está no uso da tecnologia NaviLens, que permite que os smartphones identifiquem o QR Code da caixa a até três metros de distância, dispensando a necessidade de o cliente posicionar a câmera do telefone exatamente sobre o código.
Já a Herbal Essences aplicou uma ideia bastante interessante – e simples – para diferenciar o shampoo e o condicionador da marca. Enquanto o frasco do primeiro contem listras tateáveis, o condicionador possui círculos.
Outras ideias de acessibilidade para incluir na sua embalagem
Além desses cases, selecionamos mais algumas ideias que podem ajudar a sua marca a adotar embalagens mais acessíveis.
Projetar mecanismos fáceis de abrir, como aqueles que podem ser abertos com uma única mão. Considere a produção de embalagens que possuam diversas formas de abri-las.
Torne a embalagem visualmente clara. Aproveite cores altamente visíveis e de alto contraste que são facilmente lidas por pessoas com deficiência visual. Use um tipo de letra grande, com fontes fáceis de ler, para informações importantes, como o nome do produto e a validade.
Use símbolos: semelhante ao exemplo acima, as marcações táteis nas embalagens podem ser usadas para sinalizar o que é o produto.
Ao desenvolver uma embalagem mais acessível, lembre-se de que esses recursos não devem prejudicar o apelo visual do seu produto, mas sim aumentar seu apelo geral, portanto, a embalagem precisa superar os desafios de design e aplicação.
Desenvolver produtos com embalagens acessíveis mostra o quanto uma empresa se preocupa com questões sociais e preza pela inclusão.
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