Categoria: Empacotamento

6 de agosto de 2021

Perguntas e respostas do webinar sobre tendências em empacotamento automático

O debate e a troca de conhecimento sobre o futuro da embalagem são fundamentais para que a indústria possa construir um caminho de evolução, com soluções que atendam as diferentes e mutáveis necessidades dos consumidores. Para a Indumak, foi uma honra participar de um seminário virtual para discutir o assunto.

Com o tema Tendências e inovação em empacotamento automático, o webinar aconteceu no dia 28 de julho e teve a participação de Gelson Renato Schmidt, diretor comercial da Indumak.

Durante o encontro online, promovido pelo time da TS&D da Braskem, foram apontados pontos importantes e novidades sobre o universo do empacotamento automático. Após a apresentação, foi aberto um espaço para responder às perguntas dos telespectadores.

Pensando nas principais dúvidas que surgiram durante o webinar, preparamos um conteúdo exclusivo para você conferir e enriquecer seus conhecimentos sobre o tema. Preparado? Vamos lá!

Perguntas e respostas do webinar Tendências e inovação em empacotamento automático

  1. Quais seriam os valores médios de CoF dos filmes de empacotamento automático para que não se tenha problemas no processamento?

R: Durante a apresentação, mostramos uma janela de CoF de 0,18 a 0,22. É interessante manter um valor de até 0,16 para uma máquina com a performance um pouco mais alta. Abaixo disso, começa a haver prejuízos; no colarinho, pode-se notar uma movimentação do filme perdendo a estabilidade. Então, com o nosso monitoramento, acabamos recomendando sempre esta janela de 0,18 a 0,22 de CoF.

  1. As embalagens laminadas têm uma tendência de ter um aumento de CoF em temperaturas elevadas. É importante também uma rigorosa homologação do adesivo e um controle da gramatura aplicada. Vocês têm algum comentário sobre essa questão de laminados para complementar?

R: Nós temos, hoje em dia, Adesivo PE nos próprios polietilenos (PE), o que acaba exigindo sempre um olhar maior para a solda na camada interna, no PE interno, e de CoF no PE externo, que é o que vai ter contato com o colarinho de fato. Quando vai para o laminado, tem de haver uma atenção maior nesse quesito apenas na hora da fabricação da extrusão da camada externa.

  1. Sobre solda por indução: quais são os princípios de funcionamento, as aplicações, as vantagens e as desvantagens e como é feito o controle de temperatura nesse tipo de solda?

R: A transferência térmica por indução acontece, principalmente, em um material que é receptor de energia por indução e normalmente é um metal. No aquecimento, existem aquecedores para assentamento de rolamento, por exemplo, que é por transferência por indução. Já a solda por ultrassom é uma experiência em que o calor é gerado através de uma sequência de altíssima frequência, ou seja, acima do som, ultrassônico, frequência de marteladas. Com essas marteladas, em alta frequência, você agita as moléculas da cadeia do polietileno, e elas se unem por esse aquecimento interno, então é uma alteração bem significativa porque o que a gente usa hoje de calor, seja de barra quente ou por resistência de níquel cromo, é uma temperatura que a partir da área externa atravessa as camadas adesivas para chegar na parte interna. Na solda por ultrassom, que são as marteladas, é um aquecimento de dentro para fora. Os metais, inclusive, não são aquecidos por esse princípio de solda por ultrassom.

  1. A empacotadora de mesa fixa também é indicada para produtos congelados? Qual o maior desafio no empacotamento desse tipo de produto?

R: Sim, ela é indicada tanto para congelados como pão de queijo, pão e para o próprio gelo. Nós temos muitas máquinas para empacotamento de gelo, e o resfriamento da solda é quase natural, porque você está em um ambiente de congelados, que é bem interessante nesse sentido. O nosso desafio aqui, na verdade, é mais de máquina do que embalagem, porque o ambiente onde essa máquina está inserida, principalmente a parte interna, no tubo formador e no colarinho, onde está passando produto congelado, em baixíssima temperatura, existe uma tendência de condensação da umidade do ar na chapa. Se a embalagem parou um pouquinho por algum motivo e grudou, ela grudou pela umidade que está ali e não pela questão de CoF. Então, o nosso desafio está em evitar essa condensação pela temperatura extremamente baixa do produto, e, claro, existem recomendações do ambiente de trabalho, ambiente onde a máquina está inserida, para não ter esse contato com umidade eventualmente do ar, do ambiente externo ou que o equipamento seja instalado em um local onde a umidade e a temperatura também estejam controladas. Então sim, é indicada a mesa fixa.

  1. Como proceder diante de um filme com CoF alto? Existe alguma forma de trabalhar no equipamento ou ajustar o equipamento para permitir o uso desse filme com CoF um pouco mais alto do que o recomendado?

R: O colarinho é o ponto principal de transferência de energia, e ali é onde você vai ter o maior desafio nesse CoF alto, então baixa a maquinabilidade para tracionar esse filme, e o que os técnicos e os operadores fazem ali é aumentar o nosso deslizamento no próprio colarinho. Um dos recursos é revestir ele de teflon antiaderente como o que a gente usa na solda. Por ser de altíssimo peso molecular, ele desliza muito bem. Revestir o colarinho com esse teflon adesivo é uma solução que muitas vezes tem auxiliado, nesse caso, para consumir uma determinada bobina. Recomendo baixar um pouco a velocidade da máquina porque os parâmetros são um pouco diferentes, mas você consegue, sim, consumir dentro de um limite. Às vezes, o CoF muito mais baixo já vai ter problema até na descida do tubo; às vezes, não é só no colarinho que tem que revestir com teflon, mas também o próprio tubo por conta da tração da correia, na hora que ela for puxar, ela tem que ter aderência. Porém, você terá também o CoF entre o plástico e o tubo formador, então pode ser que seja necessário revestir até o tubo formador como uma solução paliativa.

Ainda com dúvidas sobre problemas com o filme plástico na empacotadora? Acesse o artigo que preparamos e saiba como resolver.

  1. Em relação à solda por ultrassom, em qual tipo de produto esse tipo de solda está sendo testada?

R: É uma tecnologia ainda bastante cara, então a aplicação dela acaba sendo restrita a produtos nos quais você tem perdas no sistema convencional de solda, perdas de embalagem, de produto no processo. Um exemplo: produtos que contêm muito pó, mesmo na dosagem, seja com dosador de rosca, que a gente entrega o produto lá dentro do pacote. Na hora que você vai fechar o metal de solda, por essas marteladas que ela dá, a própria linha de solda acaba expelindo o produto da solda, enviando para as extremidades e entregando uma solda limpa e muito bem feita, nesse caso. Para vegetais, como kits para yakisoba, se fica uma folha de alface no meio da solda, na hora de fazer a martelada, ele corta e joga o resíduo para as extremidades, então existem aplicações que a gente tem testado nesse sentido. Mas, normalmente, acabamos até usando a solda por ultrassom em aplicações já existentes, ou seja, o cliente está com um produto diferente, um desafio muito grande para solda, você aplica essa tecnologia, e aí ele faz um cálculo de payback desse investimento no metal de solda por ultrassom, pelo desperdício, pelas perdas que está tendo no processo e viabiliza o uso dessa tecnologia. Existem segmentos específicos em que isso já foi testado, comprovado e aprovado, e é nesses casos de contaminação de solda pelo produto.

7.Esse tipo de máquina tem aplicação no setor cafeeiro? Pois na manufatura do café também há geração de pó, mencionado no processo do açúcar… Tem boa eficiência nesse setor?

R: Na questão da solda por ultrassom, que na verdade acaba sendo uma linha de solda e é muito fina na questão da martelada porque é necessário concentrar muita energia e muito esforço em um ponto específico de solda. Normalmente, a solda para café, tanto ela no almofado (torrado convencional) como no a vácuo, há uma linha de solda maior pela pressão, pela resistência. É um material também mais grosso, principalmente na embalagem a vácuo, mas não é uma aplicação muito comum. Na questão da mesa móvel no segmento do açúcar, utilizamos a mesa móvel também, mas o resíduo do pó do café não é um pó que mantém suspensão. Ele é denso e cai rapidamente, por isso o problema maior é quando você mantém partículas em suspensão, são essas que contaminam.

  1. O empacotamento exige uma baixa aderência e um CoF baixo, mas, na paletização, é necessária uma certa aderência. Qual é a sugestão para encontrar o melhor ponto entre essas duas situações? Existe alguma ferramenta que auxilie nesse manuseio do filme e ao mesmo tempo que permita o empacotamento?

R: Esse é um típico caso para enfardadora que tem uma bobina e um colarinho bem maior, e fazer esse pacote e depois esse fardo ficar estável em uma pilha é o desafio do CoF. Para contribuir com isso, você tem um peso maior no fardo, que ajuda o plástico descer no tracionamento do filme durante o enfardamento. Então, hoje em dia, não é mais tão comum essa baixa aderência. Mas um recurso pode ser fazer essa lâmina golfrada, ou algumas faixas golfradas que são quase um corrugado no filme. Quando chegar o momento de fazer a amarração uma sob a outra, atravessada, no fardo ou na sacaria, ela acaba dando essa aderência também no fardo e na pilha. Um exemplo: tanto para flocão como leite em pó, fardos de leite em pó, pacotes de 400g e 800g – são pacotes que não são furados, eles são almofadinha mesmo, um balãozinho, e a pilha de fardos fica bem instável nesse sentido, mas a gente tem sistemas de paletização nesses segmentos, e, ao final, você tem que unitizar a carga, que é o filme stretch que faz essa função, a partir dali, ela se torna bem estável para armazenamento e transporte. Os recursos que a gente disponibiliza são estes: o controle do CoF, a questão do golfrado eventualmente e a unitização por stretch no final da pilha.

O webinar que contou com essa parte de perguntas e respostas foi interativo e trouxe muita informação importante para o setor de empacotamento de flexíveis. Esse setor de máquinas para acondicionamento de produtos deve estar sempre em conexão com os fabricantes de polímeros e embalagens para entregar aos clientes bons resultados e eficiência produtiva.

Para assistir ao evento na íntegra, acesse aqui.

Em dúvida sobre como começar a implementar o empacotamento automático na sua indústria? Acesse aqui e saiba como preparar sua empresa para esse momento.

 

 

 

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